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quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Rádiomania, o Livro/21

MÉDIAS E MODULADAS (B-7)
Os novos rumos do rádio se descortinariam na década de 40. Vieram os filões, e a radionovela que se popularizaria rapidamente. Seu antecedente ocorrera na Record – as peças completas de 50 minutos de duração, sob o título geral de “Teatro Manuel Durães”. O gênero, na Mayrink Veiga, chamava-se “Teatro Pelos Ares”, dirigido por Cordélia Ferreira. Em São Paulo, o sucesso das novelas obrigava a utilização de uma viatura dos Correios para o transporte de cartas destinadas aos atores. Oldemar Ciglioni, Ênio Rocha, Arlete Montenegro, Nilva Aguiar e Walter Forster, entre outros, provocavam suspiros das domésticas.

No Rio, nos anos 50, a Nacional chegava a ter 16 novelas em cartaz. De “Em Busca da Felicidade” a “o Direito de Nascer” -- quase dois anos no ar. Paralelo a isso, havia os seriados de aventura. “O Anjo” interpretado por Álvaro Aguiar, mesma Nacional, em capítulos de 10 minutos. Companheiro dele, o “Metralha”, vivido por Osvaldo Elias, que ainda personificava o zangado “Dr Enfezulino” da “Família Firim-Fimfim”, dentro do Programa Luiz Vassalo.

(Além desse quadro, faziam parte do programa, “Quando os Ponteiros se Encontram”, primeiro com Francisco Alves, “O Rei da Voz”, depois com Orlando Silva, “O Cantor das Multidões”, a “Hora do Pato” (de calouros) e “Coisas do Arco da Velha”, humorístico em que se destacavam Floriano Faissal, Ema D’ávila, Nilza Magrassi, Brandão Filho e Norma Geraldi.)

Seriado que também marcou época foi “Jerônimo, o Herói do Sertão”, de Moisés Weltman, encarnado por Milton Rangel, coadjuvado por Cauê Filho (“Moleque Saci”) e Dulce Martins (“Aninha”) a noiva eterna do herói. Também na emissora famosa, “O Sombra”, modelo importado dos estados Unidos e que permaneceria longa temporada no ar. O intérprete era Saint-Clair Lopes e, em São Paulo, o similar a Record, por conta do Otávio Gabus Mendes.

O seriado mereceria, ainda, a atenção de Almirante. Seu investimento no gênero: “Incrível, Fantástico, Extraordinário”, baseado em cartas dos ouvintes, que relatavam suas experiências com o sobrenatural. Lançado na Rádio Clube do Brasil, mais tarde, pela Nacional e, depois Tupi.

Tão importante quanto o “Calouros em desfile”, de Ary Barroso, foram a “Hora do Pato”, com Jorge Curi e “Papel Carbono”, de Renato Murce – aquele durante 16 anos com o mesmo apresentador, também revelado pelo mineiro Ary. Curi ganhara a “Hora do Pato” por não querer trabalhar no Serviço Brasileiro da BBC de Londres, pois era noivo. Aurélio de Andrade, a quem a direção da Nacional destinava aquele programa seguiria para a BBC no seu lugar.

Renato Murce não gostava da expressão ‘calouros’, e classificava os candidatos de ‘gente nova’. No seu programa só tinham vez pessoas com reais pendores artísticos, submetidas a rigorosos testes. No “Papel....”, então na Rádio Clube do Brasil, se revelariam Luiz Gonzaga, naquele tempo apenas sanfoneiro e o humorista José Vasconcelos. O rádio sofreria, nos aos 60, enormes baixas. A magia da televisão conquistava o público, atraindo grandes nomes do veículo, os melhores anunciantes. A situação política com os seus percalços proporcionaria a implantação de uma censura violenta, resultando em proibições diárias.


MEMÓRIA-2001
Em setembro, nos 65 anos da Nacional, José Messias dos mais antigos contratados, despedia-se da estação.

Produtora e atriz, Aldenora Santos, que iniciara carreira na Tupi comemorava, 50 anos de rádio em 14 daquele mês.

A Globo demitia Maurício Menezes, 25 anos de casa, e Hélio Júnior, 13, tirando do ar, em outubro, o “Agito Geral”.

Ainda no mês. O 1º aniversário da MPB FM, vinculada ao jornal “O Dia”, era assinalado com um show no Canecão.

David Rangel ganhava programa na Tupi, aos sábados à noite, com a saída de Juçara Carioca, também em outubro.






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