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quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Rádiomania, o Livro/26

ASCENÇÃO E OSTRACISMO (C-3)
O quadro que teve mais duração, entre a fase áurea e o ostracismo do César de Alencar, foi “Parada dos Maiorais”. Com ele, ficou assinalado um recorde no rádio, qual seja, a permanência por 40 anos de um mesmo patrocinador – Pastilhas Valda. É bem verdade que o “Parada dos Maiorais” dos últimos anos em nada parecia com o brilho daquele apresentado na década de 50, quando, em meio ao alarido do auditório, o animador apregoava: “E, atenção! Todos em continência. Está no ar o big show musical... “Parada dos Maiorais Valda”. E, o “Parada” foi sumindo, sumindo, assim como a euforia em torno do ‘êmulo do microfone’, segundo definição de Mister Eco ( jornalista Thor de Carvalho).

“Essa canção nasceu pra quem quiser cantar/Canta você, cantamos nós até cansar/É só bater e decorar/Pra memorar vou repetir o seu refrão/Prepare a mão, bate outra vez/Esse programa pertence a vocês...” (A letra, simples, era prefixo e sufixo do programa, uma canção americana adaptada por Haroldo Barbosa, e gravada pelo grupo vocal Quatro Ases e um Coringa. Quando a música descia, César, já no palco, saudava o auditório, sempre lotado, com um indefectível “Alô, alô, alô!” E vinham as frases que marcavam a abertura.

“No ar o Programa César de Alencar!... Seus prêmios, suas atrações, suas brincadeiras e a participação sempre simpática do auditório, sem a qual não poderíamos realizar nem a metade do nosso programa. Que o de hoje seja do seu inteiro agrado. São os nossos votos”. (Ele emendava). “E vamos ao que vende...” Sua ‘deixa’ para os comerciais, feitos ao vivo por uma dupla de locutores, primeiro William Mendonça e Meira Fiolho e, em outro período, Moacir Lopes e Marcos Durães. O programa ia das 3 horas da tarde às 7 horas da noite. Idealizado pelo animador, tinha a produção de Haroldo Barbosa, numa fase, depois Hélio do Soveral, que trabalhou com o César 15 anos. Quando a televisão deslanchava e começava a atropelar o rádio, o produtor era Fernando Lobo.

Um dos mitos da época da cultura de massa, o radialista viu seu nome consagrado nos auditórios e também proclamado pelas marchinhas de carnaval, a mais famosa delas, de autoria de Miguel Gustavo, um bem-sucedido produtor de jingles. A gravação, lançada em 1957 pelo palhaço Carequinha, foi um grande sucesso em disco, coisa que ele não conseguiria repetir em nenhum de seus lançamentos posteriores como cantor. Dizia a composição:
“Ela fã da Emilinha/Não sai do César de Alencar/Grita o nome do Cauby/E depois de desmaiar/Pega a Revista do Rádio/E começa a se abanar...”

O radialista aproveitava o seu imenso prestígio para outras investidas. Dotado de sensibilidade, gravaria vários discos como cantor, alguns para o chamado ‘meio-de-ano’, e outros para o carnaval, de que era um dos maiores incentivadores. No seu repertório foram incluídos sambas, sambas-choros, maxixes, baiões e, principalmente marchinhas, bem ao gosto do público. Nas músicas de ‘meio-de-ano’, poucas vezes ele aparecia sozinho. O número relativo de gravações que fez foi em dupla com Marlene, Emilinha Borba e Heleninha Costa.

MEMÓRIA-2005
A 1440, que se chamara AM O Dia e, depois Rádio Rio, era rebatizada no limiar do ano como Rádio Livre. Sublocava horários, como a Carioca e Bandeirantes.

O “Boa Tarde Globo”, com Francisco Barbosa, sofria modificações a partir de segunda-feira, 17 de janeiro. Novos quadros ampliavam a participação do público.

Retirado do ar durante as obras de revitalização da Nacional, “No Mundo da Bola” ressurgia. Formava com o “Patrulha da Cidade”, da Tupi, os dois mais antigos.

A parceria ONG Viva Rio com o Sistema Globo chegava ao fim em março, depois de dois anos. Parava de operar a rádio homônima, que atendia à comunidade.


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