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sábado, 1 de junho de 2019

Rádiomania, o Livro/72 (Parte II)

OS BACHARÉIS DO DISCO
O modelo música, exclusivamente música, em prática na metade dos anos 50 na Tamoio foi criação de José Mauro, um dos principais produtores de rádio na fase áurea da Nacional. Seu lançamento se dera quando ele havia se transferido para a Tupi em 1955, onde também exercia o cargo de diretor artístico. A Tamoio era, na então capital do país, a segunda emissora que pertencia aos Diários Associados.

Os profissionais reunidos para o projeto foram batizados de Os Bacharéis do Disco, sendo os discotecários e programadores Paulo Gesta, Aírton Amorim, José Kosinski de Cavalcanti e Dymas Joseph, os locutores Jair Amorim e Ney Hamilton. O narrador de futebol Vitorino Vieira, que integrava a equipe da Tupi era outro componente do grupo, apresentador de um programa semanal de músicas norte-americanas.
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‘CORES’ NAS CANÇÕES
A principal atração no estilo seria o Músicas na Passarela, transmitido entre às 4h e 6h da tarde. Colocadas em votação para os ouvintes escolherem as melhores, as canções eram identificadas por cores, alguns matizes até então desconhecidos. Ney Hamilton, que era apresentador daquela parada diária, o carro-chefe da casa, ainda comandava aos domingos, o Musical Consagração, tocando os discos de maiores vendagens.

Foram outros destaques na Tamoio, Discos na Vitrine – de lançamentos com o Jair Amorim, e Discos de Ouro, em que ele comentava o que considerava de qualidade irrepreensível. Capixaba, ao vir para o Rio atuou na Rádio Clube do Brasil. Compositor bem-sucedido, escreveu letras encomendadas pelos melodistas José Maria de Abreu, Alcir Pires Vermelho, Dunga e Evaldo Gouveia, que fizeram sucessos nas interpretações do Dick Farney, Cauby Peixoto, Anísio Silva e Altemar Dutra.

A Tamoio, segundo a Revista do Rádio e Rádiolãndia, chegou a encostar na audiência da Nacional, líder em todos os horários. Como num poema de Vinícius de Moraes, ‘ foi bom enquanto durou’ (cinco anos). Os sintonizadores deixaram de ouvi-la, ao descobrirem a Mundial – sonoramente anunciada por Carlos Bianchini -- em que brilhavam o Big Boy, Robson Alencar, Elói De Carlo e Alberto Brizola, entre outros.
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INCÔMODA MANCHETE
Em março de 2009, a Globo demitia o comunicador David Rangel, que comandava o Tarde Legal e o Agito Geral (sábado à noite). No dia 5 do mês seguinte mandava para o ar uma programação vespertina, alterando a estrutura da grade. A data escolhida, coincidia com a estreia do David na Manchete, que teria por companheiros Luiz de França (1946-2017) e Mário Esteves, outros detonados pela rádio da Glória.

As atrações a partir daquele dia incluíam a versão regional do Se Liga Rio, de 3h às 4h, com Roberto Canázio; a antecipação em uma hora do Globo Cidade, com Eraldo Leite no lugar do Gilson Ricardo; e a expansão do Globo Esportivo, com José Carlos Araújo, começando mais cedo, às 5h, com título e formato repaginados, abrindo espaço para variedades e serviços. Passava a ser chamado de Globo Esportivo -- Tamanho Família.

O Tarde Legal há pouco mais de dez anos, saía de cartaz. No pacote, o Alô, Bom Dia, do Alexandre Ferreira também era reformulado. A zero hora iniciava-se na emissora a veiculação de renovado estoque de vinhetas, medida que a Manchete adotara um mês antes. Misteriosa a força desta para incomodar a Globo, com a agravante de não ser nada criativa.Com o fim do Tarde Legal, a 'rádio de verdade’ batizaria de Tarde Total o seu programa do horário.

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M E M Ó R I A
Em julho de 2010 a jornalista Gilsse Campos estreava um programa aos sábados na Manchete. Ela foi, ao longo dos Debates Populares do Haroldo de Andrade, a terceira mulher a participar do quadro – a que ficou mais tempo, 16 anos consecutivos. (As outras foram Dina Sfat (1938-1989) e Eliete (Beleza) Dias. Gilsse também atuou nas Tvs Bandeirantes e CNT.


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