REMINISCÊNCIAS
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DÊEM MOTIVOS
Nenhuma rádio muda de programação à-toa. E tal como a máxima
do futebol: em time que está ganhando não se mexe. As mudanças que a Globo
promovera em 1984 não surtiram o efeito que a direção esperava, deixando sua
liderança de anos a fio seriamente ameaçada. Pela passagem do seu 52º aniversário
– duas temporadas após -- a rádio se
repaginava, mexendo mais uma vez na sua grade. Trocava os horários do Luiz de
França e do Francisco Barbosa, e reduzia o do Edmo Zarife -- O Rio Total.
DEPOIS DA BAIANA
Seis anos depois de sair da Tupi (brigara com o diretor
Alfredo Raimundo) e, cerca de cinco do seu afastamento do veículo – estava na
Manchete, quando se licenciaria para concorrer à Prefeitura do Rio --, a
deputada e jornalista Cidinha Campos retomava seu espaço no rádio. A volta foi
em 20 de janeiro de 1997, dia do padroeiro da cidade, São Sebastião. Amigos e
admiradores compareceram aos estúdios da emissora do bairro da Saúde para
recepciona-la, enquanto outros telefonavam.
O MANO DE TODOS
A grande notícia no primeiro semestre de 1997 fora a
contratação, pela Tupi, do veterano radialista Áureo Ameno, o mano de todos,
que conquistara no ano anterior, um mandato na Câmara de Vereadores do Rio de
Janeiro. Dispensado no início do ano (justamente por se eleger), Áureo era o
mais antigo funcionário da Rádio Globo, nela ingressando como repórter ao fazer
a cobertura do suicídio do presidente Getúlio Vargas em agosto de 1954. Peça
importante do Show do Antônio Carlos na emissora dos Marinho, ele acertou uma vaga no programa do Clóvis Monteiro.
APOSTA PERDIDA
O S.O.S Globo, em que os executivos da rádio apostavam suas
fichas foi à lona ao fim de oito meses de duração. Nele estavam depositadas
muitas esperanças de a Globo superar, no horário, a Patrulha da Cidade, da
Tupi. De nada adiantaram as insistentes chamadas apregoando tratar-se de um
programa diferente; de nada adiantaram, inclusive, a empatia do Gilson Ricardo
e a competência dos profissionais que o secundaram visando reverter para a
emissora, os pontos do Ibope. Deu margem a musiquinha: ‘A
Patrulha preocupa, incomoda, faz mexer. Mexe, mexe’.
DUPLAS CAMPEÃES
Globo e Tupi disputavam, até 2008 no Rio, a sintonia do
público amante de futebol, cada qual anunciando-se campeães de audiência. Ofereciam ao ouvinte uma programação parecida. Bem cedo, pela
manhã na Globo, às 5h40, o Toque de Primeira, e na Tupi, às 5h50, o Batendo
Bola, um resumo dos acontecimentos no dia anterior, ou o que ia acontecer no
dia que se iniciava, baseados em seus noticiários noturnos, respectivamente
Panorama e Giro Esportivo, apresentados entre 22 e 24h.
NA RODA VIDA
Depois de muitos anos na Rádio Globo, Roberto Figueiredo, um
dos mais renomados profissionais do veículo, se transferia em 1987 para a Tupi.
Em abril de 1989, ele trocava esta pela Manchete, onde ficaria apenas um ano.
Em outubro de 1991, voltava ao rádio através da CBN, cumprindo curta temporada,
pois se afastaria para candidatar-se à uma cadeira na Câmara Municipal do Rio.
(Em seus anos derradeiros na Globo, elegera-se deputado estadual, não obtendo renovação do mandato).
EM SEQUÊNCIA
Conforme outros profissionais, em 1991 Jorge Luiz
desligava-se da Tupi. Foi trabalhar na Manchete, mas em 1993 voltava à emissora
da Rua do Livramento. No primeiro semestre de 1995, quando fazia o horário de
9h ao meio-dia, era dispensado, indo parar na Tamoio. Dali, onde não esquentaria
lugar, viveria uma odisseia, atuando pouco tempo na Roquette Pinto e, por tempo
menor ainda, na FM O Dia – atingindo o recorde negativo de um mês, igualando-se
a um colega da mesma Tupi noutra ocasião.
DESABRIGADOS
O fechamento da Mundial em janeiro de 1993 deixou
profissionais ao desabrigo. Um deles foi Elói Decarlo. Dedicaria-se durante algum tempo somente às gravações de comerciais, até ser contratado pela
Rede Manchete de Televisão. Voltaria em 1996, no FM da empresa. Em
junho de 1997, mudava-se para a FM O Dia. Ficava dois meses. Trabalhavam na Mundial no último dia Alberto
Brizola, Big Boy, Jota Carlos, Jorge Pallis, Oduvaldo Silva, Robson Alencar,
Samuel França, e pessoal de apoio.
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OndasAtuais.Com
Pelas nove nas manhãs
de domingos, tem na tradicional Rádio Nacional o Osmar Frazão. Veteraníssimo,
com suas histórias sobre música popular brasileira. No dizer de alguns, ele ‘é
mais antigo do que andar pra frente’, como seu slogan ‘E, aí, estão gostando?’
(O ‘É verdade’ do Washington Rodrigues, {Velho Apolo}, e o ‘De qualquer
maneira’, do Roberto Canazio, comparativamente, não perdem nada.
A SulAmérica Paradiso, NovaBrasil e Mix FM, emissoras
eminentemente musicais têm – o ouvinte atento mais do que percebeu --, dois
pontos parecidos. Programação corrida e, o quadro, com diversas edições, de
‘uma hora só de música, sem intervalos comerciais’. Em linguagem do observador
crítico, trata-se do 'show de mesmice na veia’, motivos para certa corrente afirmar que o rádio, no Rio, ‘está na UTI’.
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