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sábado, 9 de janeiro de 2021

Nas Ondas do Rádio

 

REMINISCÊNCIAS (Parte II, 1)

Em setembro de 1990 atravessando uma das fases mais crítica de sua existência, a Rádio Nacional atingia 54 anos de fundação. Sem motivos para festas. Ainda naquela mês, a aniversariante Tupi alcançava 55 anos de atividades. Com alguma comemoração. Da mesma idade, a Jornal do Brasil assinalava um pouco antes, em agosto, uma nova etapa em sua vida. No melhor estilo. Para a passagem do evento, vários programas, entre eles uma série realizada pelo Serviço Brasileiro da BBC de Londres, que completava 50 anos também em agosto.

As experiências iniciais foram através de duas unidades trazidas dos Estados Unidos, uma pela Westinghouse, instalada no Corcovado, outra pela Western Electric, montada na Praia Vermelha, para as solenidades do centenário. O presidente Epitácio Pessoa lá estivera, sendo o primeiro governante a ocupar o microfone de uma estação de radiotelefonia.

 

O IDEAL DE ROQUETTE

Entre os presentes estava o professor Edgard Roquette Pinto. Maravilhado com tudo que assistira, ele fundaria em 20 de abril de 1923 a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro – Rádio Ministério de Educação e Cultura, MEC, a partir de 1936.

Homem de muita visão e, sobretudo idealista, Roquette Pinto (físico, antropólogo e com outras formações) fora o primeiro a colocar uma ópera no ar – O Rigoleto, de Verdi. No dia 4 de julho, alguns meses depois de inaugurar a estação. Nessa linha de pioneirismo, ele fora responsável pela transmissão de pronunciamentos de sábios e intelectuais que visitavam o Brasil, entre os quais Albert Einstein e  Alfred Agaché.

Antes dos ensaios do Centenário da República, que reunira uma multidão de curiosos num recinto acanhado, onde o som estridente era a tônica, pouca gente se interessara. Em 1893, entretanto, o padre gaúcho Roberto Landel de Moura, um inventor nato, assustava os paroquianos com suas experiências. Ele estudara na Escola Politécnica do Rio de Janeiro e se formara em ciências físicas e químicas em Roma.

Landel de Moura representou para o rádio o mesmo que Alberto Santos Dumont para a aviação brasileira. Terminaram seus dias sem o reconhecimento que mereciam.

 

UMA VIDA PELA ARTE

Paulo Tapajós, que dedicara a maior parte de sua vida ao rádio, onde começara na juventude, morreu no final de dezembro de 1990, aos 77 anos de idade. Segundo um depoimento dele à Jornal do Brasil, o rádio era muito precário nos primórdios. Em seu conceito, o veículo surgia para valer em outubro de 1923, graças ao trabalho dos irmãos Moreira, do Recife. Locutor era chamado de speaker e, no fim dos programas fazia a relação nominal das firmas que contribuíam com a sociedade, sistema em que as emissoras operavam.

O rádio funcionava todos os dias da semana, exceção dos domingos, contava certa vez Henrique Fóreis, o Almirante, também entrevistado pela JB. A Rádio Sociedade e a Clube do Brasil se alternavam, uma transmitindo às segundas, quartas e sextas, a outra às terças, quintas e sábados. Enquanto alguns historiadores atribuem à Sociedade do Rio a primazia, outros entendem que que essa iniciativa ficou por conta da Clube de Recife. A segunda estação do país fora a Clube do Brasil, e a terceira a Pelotense, no  Rio Grande do Sul.

 

A REVOLUÇÃO NO AR

Em 1931 era inaugurada a Rádio Record de São Paulo, fundada por Paulo Machado de Carvalho. No ano seguinte, em 9 de julho, estourava a Revolução Constitucionalista. A Record se posicionava na vanguarda dos acontecimentos políticos, destacando-se os locutores César Ladeira, Nicolau Tuma e Renato Macedo. O slogan da rádio passaria a ser ‘A voz de São Paulo’, o de César, ‘A voz da Revolução’.

No começo dos anos 30, quando o governo Getúlio Vargas legalizaria o processo de comercialização no veículo, o primeiro programa do gênero aparecia na Rádio Mayrink Veiga. O apresentador era Valdo de Abreu, de manhã à noite.

 

ERA OUTRA A MÍDIA

Depois viria o Programa Casé, na Rádio Phillips, que estreava em 1932. Ademar Casé, o produtor daquelas audições (os apresentadores variavam, entre eles Alziro Zarur e Paulo Roberto), inspirara-se na BBC de Londres. Ele era vendedor da Phillips, que mantinha uma gravadora e fabricava equipamentos elétricos. Sem o saber, Casé já praticava naquele tempo o que muitos anos mais tarde a mídia definiria como lobby.

 Foi no Programa Casé que Almirante, ‘a maior patente do rádio’, se revelou. Os reclames – nomes dados aos comerciais – eram em forma de versinhos. Entre os produtores do gênero, estavam Henrique Pongetti, Luiz Peixoto a Antônio Nássara, cabendo a este  a criação dos primeiros textos cantados – os jingles.

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Ondulantes.Com

/o Leiloca Neves é a nova astróloga do Show do Antônio Carlos na Super Rádio Tupi. Substitui Zora Yonara falecida em dezembro. Ex-integrante do grupo musical As Frenéticas, já exerceu o ofício no meio. Participava do Boa Tarde, Globo do Alexandre Ferreira na emissora da Glória alguns anos antes da Operação Desmonte, que resultou na dispensa de muitos, os próprios AF e AC incluídos. O SGR contratara campeoníssimos em visualizações nas redes sociais, mas não alcançou o que esperava.

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