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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Girando com as ondas (013)

O RAIO-X DE UMA CRISE
Antepenúltimo mês do ano, outubro é, pode-se afirmar, o princípio do fim de uma fase do calendário, ou seja, encerramento do quarto trimestre. Segundo mês da primavera que, como as anteriores, se mostra com jeito de verão. A palavra que predomina é: crise. Nas conversas, jornais, nos meios de comunicação.

.o. Em sua história, nunca antes o rádio carioca sofrera tantas baixas quantas as do ano passado e o deste. O clímax no corrente se deu em abril e julho, respectivamente na Globo e Tupi, as mais populares, preferidas pela massa de ouvintes. Cada qual elaborou um pacote de demissões, de surpreender.

VOZES FORA DO AR
.o. Da Globo, em abril foram dispensados Jorge Luiz, Karla de Luca, Maurício Menezes, Mário Esteves e Sérgio Ricardo. Anteriormente, Robson Aldir, Ricardo Campelo, Elisângela Salarolli e Sheila Trindade. Dentre os menos conhecidos, os produtores João Carlos Caruncho, (numa lista), em outra, o Cláudio Vieira.

.o. Em julho, a Tupi distribuiu ‘bilhete azul’ para o Coelho Lima, Francisco Barbosa e Jimi Raw (comunicadores), Jota Santiago, Eugênio Leal e Sérgio Américo (integrantes da equipe esportiva), Pedro Costa (repórter especial), astróloga Gloria Britho, produtor Ricardo Alexandre, noticiarista Renato Affonso, além de outros, que exerciam funções inerentes aos bastidores.

.o. A emissora já havia demitido a repórter Carla Matera (do esporte), Caio Álex (polícia) e Laís Vieira (da geral). Posteriormente, saíram o Alberto Brandão (efetivo componente do “Show do Apolinho”) e o diretor Alfredo Raimundo, mais duradouro no cargo. Ricardo Henriques (igualmente executivo), renunciava.

VOZES FORA DO AR II
.o. Desligaram-se da Nacional (‘a mais querida’ da velha geração), a doublé de cantora e comunicadora Dorina, os jornalistas Marcos Antônio Monteiro, Luiz Augusto Gollo e Neise Marçal. Também se afastaram o Amauri Santos, Hilton Abi-Rihan e o Jair Lemos. Dos novos contratados, nem um só nome de projeção.

.o. Mais da metade da equipe da Bradesco Esportes foi destituída no limiar do ano, depois de algumas transferências pela troca de comando em 2014. Faziam parte da lista, entre eles, o Ciro Neves, Freitas Neto, Bruno Monteiro, Bruno Azevedo, Marcos Martins, Marcos Lacerda e o ex-jogador Gonçalves.

.o. Da CBN, eram demitidos o narrador Felipe Santos, repórteres Antônio Carlos Duarte, Lisandro Violante e Paulo Ferreira. Saíam da Transamérica Alexandre Chalita e Fernando Bonan (narradores), o veteraníssimo Áureo Ameno, os produtores Fernando Luiz e Rodrigo Gomes, e o ‘Cabeção’ (Fernando Ribeiro).

‘A NOVA SELEÇÃO’
A Tupi foi a primeira a proclamar que é ‘a seleção brasileira do rádio’. Depois ‘a outra’ seguindo o lema das co-irmãs paulistas. Aí, então, surgia ‘a seleção Rádio Globo-CBN’. E, agora, no campo das competições, tem ‘a nova seleção do rádio’. Você já sabe. É a Bradesco Esportes FM¹, que negociou mais duas aquisições.

Antônio Carlos Duarte (ex-CBN) e Sérgio Américo (ex-Tupi), contratados há poucas semanas pela ‘benjamim’ do Grupo Bandeirantes, juntaram-se aos recém-integrados Eugênio Leal e Vinício Gama (e porque não dizer) também ao Rodrigo Campos, que fora desligado do prefixo e reaparecera dentro de seis meses.

Embora subordinada à emissora de São Paulo, a Bradesco Esportes resolveu investir no Rio mesmo num momento de crise. Seu estilo, na verdade, iguala-se ao da CBN – o de co-gestão, praticado há nada menos que 25 anos. São por isso, apresentadores de Sampa, os programas de interesse nacional.

I N T E R L I G A D A S
Karla de Luca, antes produtora do Antônio Carlos, na Globo, fechou com o Haroldo de Andrade, na Tupi. O mesmo rumo seguiu o Maurício Menezes, como debatedor daquele programa. Carla Matera, por sua vez, pegou o caminho inverso, retornando à casa, onde já atuara, no Rio e em São Paulo.
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Freitas Neto, Bruno Monteiro e Bruno Azevedo (ex-Bradesco) encontraram abrigo na Transamérica. Ciro Neves era aproveitado pela Bandnews. Wellington Campos concentrava-se na Itatiaia de BH, da qual é correspondente há alguns anos, enquanto o Sérgio Guimarães acertava sua volta à Gaúcha.
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Listando-se apenas ‘os ases da latinha’ das rádios supracitadas, somando-se com os que trabalhavam na Beat98, Nativa, Cidade (FMs), e da Manchete (AM), ultrapassa a uma centena o número de radialistas que ficaram, nesses últimos anos, fora do mercado. Em ‘biscates’ ou desempregados, a maioria.
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MEMÓRIA VIVA
¹Em 1982 – não se vivia tempo de crise -- a antiga Rádio Guanabara (AM 1360) foi vendida ao grupo paulista e passou a se chamar Bandeirantes. Contratou, de uma só vez, profissionais para todos os seus horários. Entre os requisitados, Carlos Bianchini, Fernando Sérgio, Paulo Lopes e Haroldo de Andrade.

O salário deles era bastante superior ao que as demais emissoras ofereciam. No marketing, o slogan dizia: ‘Bandeirantes, um passo à frente da comunicação’. Em menos de um ano, a receita não cobria as despesas. Debandada geral. Ao fim de quatro meses, Haroldo retomava o seu espaço na Rádio Globo.

Semelhança à impressionante restauração da Bradesco fica na temporalidade. Muito bom seria que a crise econômica desse uma virada, e os dispensados recuperassem os seus empregos. A Bandeirantes AM, em posição secundária no Rio, sobrevive de horários alugados, como as outras de menor porte.





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