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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Rádiomania, o Livro/20

MÉDIAS E MODULADAS (B-6)
Os anos 30, 40 e 50 proporcionariam oportunidades para o público de auditório conhecer os seus ídolos. Na Rádio Kosmos, de São Paulo ocorreram as primeiras manifestações, onde se instalava um salão de baile e, exibições de orquestras, ao vivo. Na Rádio Nacional, o “Caixa de Perguntas”, de Almirante, era um modelo. Havia, na década de 40, o preconceito da classe média contra esses programas. As donas de casa, segundo o crítico José Ramos Tinhorão, se irritavam em ouvir aquele alarido no rádio, especialmente as que precisavam de uma empregada doméstica. Elas achavam por isso, que o local era para pessoas desocupadas.

Em 1943, depois de uma parada na Mayrink Veiga, o “Trem da Alegria”, de Heber de Bôscoli e Iara Sales, estacionaria na gare da Nacional. Lamartine Babo, que dele era componente, intitulava o grupo de “Trio de Osso”, uma comparação irônica ao “Trio de Ouro”, composto por Herivelto Martins, Dalva de Oliveira e Nilo Chagas. Heber e Iara se tornariam mais populares ainda, com “A Felicidade Bate à Sua Porta” – ele de algum lugar da rua, ela transmitindo do estúdio.

(Iara se desmanchava em zelo com o marido e, pelo microfone, recomendava que ele não esquecesse de usar a boina, pois Heber tinha um sério problema de asma.) O programa, no entardecer dos domingos, era apresentado antes do “Tancredo e Trancado”. Um show musical, “A Felicidade...” fazia distribuição de prêmios aos consumidores de produtos de limpeza de um patrocinador.

A origem dos programas de auditório remontam aos de calouros. Os primeiros foram apresentados por Celso Guimarães na Rádio Cruzeiro paulista e, Ary Barroso, na Kosmos. O de Ary, “Calouros em Desfile”, passaria também pela Cruzeiro do Sul, mas no Rio, e ganharia fama na Tupi. Ary foi o descobridor de Paulo Gracindo e, responsável pela ascensão dele como animador de auditório.

Essa história Gracindo contaria a Luiz Carlos Saroldi e Ney Hamilton num especial da Rádio Jornal do Brasil. Por causa do futebol, Ary faltava muito ao programa, que era das 8 às 9 horas da noite. Faltava, principalmente, quando o Flamengo perdia. Então, recomendava à direção que escalasse o ator. Gracindo desempenhava muito bem a função, do que acabou gostando. Exatamente na Tupi nasceria o “Programa Paulo Gracindo”, que anos depois mudaria de prefixo. Antes, Gracindo comandara o “Rádio Sequência G-3” diário, na hora do almoço.

Na Rádio Nacional, para onde ele se mudou, seu programa ficaria 21 anos. Era uma miscelânea de tudo que havia na emissora. Em sua etapa inicial a comicidade estava a cargo de Manuel da Nóbrega e Silvino Neto, a contra-regra com Jorge Veiga (que aspirava ser cantor e vivia pedindo uma oportunidade) e, na corretagem de anúncios nada menos que Abelardo Barbosa, o Chacrinha.
Com Gracindo aos domingos de 10 horas ao meio-dia disputavam a preferência do público, o de César de Alencar, sábados de 3h da tarde às 7h da noite, e o do Manuel Barcelos, às quintas-feiras, das 11h da manhã à 1h da tarde. No do César, a rivalidade entre os fãs-clubes de Emilinha Borba e Marlene.

MEMÓRIA-2001
Depois de uma temporada em Brasília, André Giusti retornava ao Rio em julho. Ancorava o “CBN Esporte” aos domingos e um noticiário matinal nos demais dias.

Paulo Lopes, que estava na Globo desde 1987, deixava a emissora no período, e acertava em outubro com a Capital. Notabilizara-se na Tupi do Rio nos anos 70.

Decidida a inovar em transmissões esportivas a CBN contratava o ex-craque Tostão para um tal de ‘imagem real’,fragmentos de jogos. Não decolara.



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