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sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Rádiomania, o Livro/24

ASCENÇÃO E OSTRACISMO (C-1)
Noite no Rio, 14 de janeiro de 1990. Morre de insuficiência respiratória no Hospital Geral da Lagoa, o radialista César de Alencar. Inconformados, os poucos amigos que ele ainda cultivava garantiriam que ele não morrera. Fora trabalhar na Rádio Céu, da qual recebera uma proposta irrecusável – ou melhor – se tornara dono da concessão, sem a necessidade de conchavo político. Ele passava a administrar essa imaginária rádio, da mesma forma que gerenciava a originalíssima “Turma da Comunicação”, passos iniciais da interatividade com o ouvinte.

Nascido na Rua Major Facundo, em Fortaleza, decantada capital do Ceará, César viera para o Rio muito cedo, aos quatro anos de idade. Segundo Aurélio de Andrade, um dos fundadores da Rádio Nacional, ele trabalhava como vendedor de material de construção quando se deu o encontro com Renato Murce, na época diretor artístico da Rádio Clube do Brasil. A emissora era uma alternativa para os ouvintes acostumados a sintonizarem Nacional, Mayrink Veiga e Tupi.

“Murce, um caçador de talentos, logo percebera no moço o potencial que o grande público viria um dia a conhecer, inclusive, idolatrar”, acentuava Aurélio. “Ele ficou vivamente impressionado com a voz e o desempenho do jovem que lhe fora oferecer dos produtos que vendia, e o convenceu a fazer um teste. Aprovado de imediato, César foi integrado ao cast da Rádio Clube. Ganhara um programa das 7 às 8 horas e um salário de 250 mil réis mensais. A performance dele era tão boa, que a direção dobrara seus vencimentos em pouco tempo”.

A entrada na Rádio Nacional, no entanto, só aconteceria seis anos depois de sua estreia no veículo – ainda revelaria Aurélio de Andrade no mesmo depoimento. Corria o ano de 1945, quando ele passou a dar nome ao programa que provocaria uma revolução na radiofonia brasileira. Antes de se tornar famoso, César apareceria em diversos horários da estação, como por exemplo, anunciar “Um Milhão de Melodias”, ao lado de Reinaldo Costa, ou fazer ‘ponte’ para Paulo Roberto, produtor e apresentador de “Gente que Brilha” e, animar a “Hora do Pato”, nas eventuais ausências de Jorge Curi, escalado para os jogos de futebol.

De espírito folgazão e muito criativo, César ironizava a si próprio pela orelha avantajada. Coadjuvantes nessa gozação, alguns de seus companheiros o chamavam de ‘Orelha’ (ou ‘Orelha de Abano’) e de ‘Cavalete’, por sua magreza. Ele, por sua vez, arranjava apelidos para todo mundo. O Afrânio Rodrigues era ‘Chão de Garagem’ ou ‘Glostora’, porque andava com os cabelos emplastados de brilhantina; Jorge Curi, homem grandalhão, ‘Engradado de Girafa’; Jair Lemos, de geração posterior, ‘Cara de Pedra’. Se algum conterrâneo se apresentava em seu programa, ele dizia que fulano veio “dos Estados Unidos do Ceará...”

MEMÓRIA-2003
Ana Davis lançava na Carioca em setembro, “Mundo Encantado”, às tardes. Mudava para a Bandeirantes em outubro, com “Rio a Mil por Hora”, nas manhãs..

Mais conhecido repórter policial do rádio, Alberto Brandão estreava na Tupi em 17 de novembro. Construíra carreira na Globo, de janeiro de 1985 a maio de 2001.

Ainda em novembro, o “Musishow” do Cirilo Reis completava 23 anos pelas ondas da Nacional. De semanal à noite, tornava-se vespertino diário, com início às 5h.

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