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terça-feira, 28 de agosto de 2018

Rádiomania, o Livro/49

TREM DA FELICIDADE
Nos anos 30, 40 e 50 os freqüentadores dos programas de auditório teriam oportunidades de conhecer os seus ídolos. As primeiras manifestações desse tipo ocorreram na Rádio Kosmos, de São Paulo, onde se instalava um salão de baile e, exibições de orquestras, ao vivo. Depois, numa linha parecida, era lançado pela Rádio Nacional, o “Caixa de Perguntas”, de Almirante. Havia, na década de 40, o preconceito da classe média contra esses programas, sendo o alarido que vinha do rádio, o motivo de irritação para as donas de casa. Elas achavam, por isso, que as freqüentadoras do local eram pessoas sem ocupações definidas.

Conduzido por Héber de Bôscoli, Iara Sales e Lamartine Babo, o “Trem da Alegria” trocava em 1943, a Mayrink Veiga pela Nacional. Babo, o engraçado deles, de singular magreza, apelidava o grupo de “Trio de Osso”, numa referência ao “Trio de Ouro”, formado por Herivelto Martins, Dalva de Oliveira e Nilo Chagas. Com o desligamento de ‘seo’ Lalá, dos improvisos e gracejos, o “Trem...” dera uma estratégica parada. Héber e Iara partiram para outra empreitada – “A Felicidade Bate à sua Porta”, um encontro mais direto com o público. Ela ficava no estúdio, e ele transmitindo da rua – de algum bairro escolhido por sorteio.

O programa, no entardecer dos domingos, distribuía prêmios aos ouvintes consumidores de produtos de limpeza da União Fabril Exportadora.Os programas de auditório remontam aos de calouros. Os primeiros foram apresentados por Celso Guimarães, na Rádio Cruzeiro do Sul paulista (havia no Rio uma emissora homônima) e Ary Barroso, na Kosmos. O de Ary, “Calouros em Desfile”, passaria também pela rádio em que Celso trabalhara. Ganharia fama na Tupi.

Tão importante quanto o deste, foi a “Hora do Pato”, com Jorge Curi e “Papel Carbono”, do Renato Murce. O segundo permanecera durante 16 anos na Rádio Nacional com o mesmo apresentador, que se tornaria locutor esportivo. A direção da rádio pretendia indicá-lo para o Serviço Brasileiro da BBC de Londres. Mas, Aurélio de Andrade é quem foi. (Curi recusara por motivos sentimentais.)

Produtor e apresentador de “Papel Carbono”, Renato Murce não gostava da expressão ‘calouros’. Classificava os seus candidatos de ‘gente nova’. Somente as pessoas de reais pendores artísticos eram admitidas para se apresentarem em seu programa, depois de passarem por testes rigorosos. Na Rádio Clube do Brasil, onde o “Papel...” surgira, revelaram-se, entre outros, Luiz Gonzaga (que era apenas sanfoneiro) e o humorista José Vasconcelos. No do autor de ”Aquarela do Brasil” -- Paulo Gracindo (animador e ator) um deles.

E, por ordem e graças do destino, Gracindo seria em diversas ocasiões, invariavelmente, o substituto do Ary. Também locutor esportivo, conhecido como o ‘homem da gaitinha’, e ferrenho torcedor do Flamengo, Ary faltava para a apresentação dos calouros toda vez que o seu time perdia. A direção escalava Gracindo para o lugar. Este pegou o gosto pela coisa e acabou ganhando um horário próprio. Antes, era ele o encarregado de fazer “Rádio Sequência-G-3”, uma interessante (e divertida) atração durante a hora do almoço.

Iniciado na Tupi, o “Programa Paulo Gracindo” ficaria 21 anos na Rádio Nacional. Em sua primeira etapa a comicidade estava a cargo de Manuel de Nóbrega e Silvino Neto, a contra-regra com Jorge Veiga (que aspirava ser cantor e vivia pedindo uma oportunidade). Na corretagem de anúncios nada menos que Abelardo Barbosa – o Chacrinha. Aos domingos, de 10h ao meio dia, o programa disputava com o de César de Alencar (sábados, de 15h às 19h), e o de Manuel Barcelos (às quintas , de 11h às 13h), a preferência do público. No de César, a rivalidade dos fãs clubes das cantoras Emilinha Borba e Marlene, um atrativo a mais. Serviria para engrossar o folclore em torno das ‘macacas de auditório’, termo pejorativo inventado pelo jornalista e produtor Nestor de Holanda.

MEMÓRIA—2011
Em outubro, a repórter Bianca Santos trocava a Tupi pela Globo. Procedentes de igual prefixo haviam seguido mesmo destino, Viviane da Costa, Thiago Mathias e Valéria Chagas.

O narrador Batista Júnior, desligado da Tamoio naquele mês, ingressava na Manchete. No lugar do João Guilherme, que liderava o grupo e optara por sua função na Sportv.

Outro que deixava a Manchete, o repórter Gustavo Henrique. Fazia sua estreia em novembro na equipe da Globo cobrindo a partida do Botafogo e Figueirense, no Engenhão.

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