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sábado, 30 de março de 2019

Rádiomania, o Livro/67

UMA BRASILEIRA NOTÁVEL
Estrela de carnavais,lembrada ainda pelo estrondoso sucesso de ‘Taí’, Carmen Miranda (1909-1955) foi nome de ponta na Mayrink Veiga. Seria a brasileira (naturalizada) mais conhecida internacionalmente, depois de suas atuações nos shows business e cinema americano.

‘A Pequena Notável’ brilharia principalmente no Cassino da Urca, no até hoje bucólico bairro carioca. Ela, e muitos astros da música tiveram seu campo de ação interrompido em 1946, quando o presidente Eurico Gaspar Dutra proibiu o jogo no Brasil e fechou todos os cassinos.

Depois de Carmen (portuguesa que se naturalizara em nosso país), o artista brasileiro mais famoso nos States seria Ary Barroso – de múltiplas atividades na música e no rádio. Outro que obtivera enorme sucesso por lá foi o violonista Laurindo de Almeida. Igualmente a Carmen pertenceu à Mayrink Veiga e se radicalizaria na terra do proclamado Tio Sam.

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PURO BRILHANTE
Na certidão de nascimento estava escrito: José Marques. Alguns anos depois, precedido de um ‘doutor’, era o nome que constava das plaquetas encimando a porta de seu consultório no Rio, capital de então.

Natural de Montes Claros, Minas Gerais, Paulo Roberto (1903-1973) foi um dos baluartes do rádio na chamada época de ouro. Participava do elenco da Nacional, muito contribuindo com o sucesso da emissora.

Durante uma etapa de sua carreira chegou a apresentar e produzir seis programas semanais, conseguindo se dedicar, ainda, ao exercício da medicina (era clínico geral). Seus programas eram à noite.

Nada Além de Dois Minutos, domingos às 8h; Gente que Brilha, segundas 8h e meia; Honra ao Mérito (às quartas), Cantando Pelos Caminhos (quintas), Obrigado, Doutor (sextas) e A Lira de Xopotó (sábados), às 9h.

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TRI-CENTENÁRIO
A classe de estudiosos e pesquisadores da música popular brasileira celebrava, há seis anos, em dose tripla, o centenário dos mais expressivos cantores do rádio. Jamelão morreu aos 95, Galhardo aos 72, e Ciro Monteiro aos 60.

Os dois últimos foram peças fundamentais na programação da Mayrink Veiga, dirigida por Cesar Ladeira, um mestre em criar slogan para os contratados.Galhardo nascera em abril, Jamelão e Ciro em junho.

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DE VELUDO...
Nascido em Buenos Aires, Galhardo (1913-1985) veio para o Brasil com apenas seis meses. Seus pais trocaram a capital portenha por São Paulo. Registrado como Castelo Carlos Gualiardi tinha ‘voz aveludada’, no entender de alguns cronistas.‘O Cantor que Dispensa Adjetivos’ -- outro jeito de o anunciarem.

Também alcunhado ‘O Rei da Valsa’ formava, em certo período, respeitável quarteto com Francisco Alves, Sílvio Caldas e Orlando Silva. Fascinação (Marquetti/Armando Louzada) e Eu Sonhei que Estavas tão Linda (Lamartine Babo/Francisco Matoso), que interpretava, encantaram gerações.

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A METALIZADA...
Era carioca de São Cristóvão o homem que se tornaria um dos mais famosos sambistas do país. José Bispo dos Santos (1913-2008), investigador de polícia no anonimato, na vida artística, voz metalizada, o Jamelão.

Numa carreira bem-sucedida, ele era presença obrigatória nos musicais da Tupi, ao som das orquestras de Cipó, Carioca e, especialmente Severino Araújo, da Tabajara, com quem gravaria seus principais discos.

Jamelão -- que viera a ser um expoente da Mangueira, Estação Primeira -- ainda jovem mostrava habilidades no tamborim e, passaria depois para o cavaquinho, quando começava suas experiências cantando em boates e emissoras de rádio. Foi um dos grandes de bom tráfego pela Nacional.

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...E COM BOSSA
Descoberto por Sílvio Caldas, ‘O Caboclinho’, Ciro Monteiro (1913-1973) foi levado para a Rádio Phillips onde, no Programa Casé, substituiu Luiz Barbosa que se utilizava do chapéu de palha como percussão. Com bossa (e malemolência) gravaria seu primeiro disco em 1936.

Ao se transferir para a Mayrink passou a desfrutar da companhia de cantores do nível de Francisco Alves e Carmen Miranda. Entre as criações marcantes de sua trajetória, Se Acaso Você Chegasse e Os Quindins de Yayá -- autorias respectivas de Lupicínio Rodrigues e Ary Barroso.

Ciro, nos bastidores ‘O Formigão’, era sobrinho do pianista Romualdo Peixoto, que nasceu em Niterói, e tratado nas rodas boêmias como ‘Nonô’. Eles pertenciam à uma família de artistas, pois, Ciro vinha a ser tio dos músicos Araken e Moacir, irmãos do Cauby Peixoto.

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M E M Ó R I A
Sérgio Américo, do grupo que a Super Tupi dispensara em passado recente, alcançava em maio de 2011, dez anos de cobertura do Flamengo. Superava por ligeira margem seu colega e ex-chefe José Carlos Araújo, repórter da equipe do Waldir Amaral que cobriu o dia a dia do Botafogo por nove anos.

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