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sábado, 30 de novembro de 2019

Rádiomania, o Livro/86 (Parte II)

DE DISCÍPULOS E CARBONOS
Considerado no ramo um fiel discípulo de Doalcei Camargo, com quem trabalhara na década de 70, o locutor Paulo Roberto Braga voltava, em agosto de 2008, a atuar no rádio carioca. Estreava na Bandeirantes domingo, dia 10, transmitindo pelo Campeonato Brasileiro o jogo entre Botafogo 1 x 0 Palmeiras, no Engenhão. Na partida seguinte, quarta-feira, entre as equipes mistas do mesmo Palmeiras e do Vasco, no Maracanã (Copa Sul-Americana), ele revelava sua nova influência, ao cumprimentar o público em sintonia: ‘Boa tarde a maior plateia do rádio!...’

Nada surpreendente para o ouvinte conformado com a pouca originalidade no meio. Não era o primeiro a copiar o José Carlos Araújo, repetindo seus bordões. Dentre os mais notórios, o repórter Wagner Menezes, da Tupi, e o narrador Daniel Pereira, que a Manchete vinha apregoando ser ‘o maior talento jovem’. Luiz Penido, segundo mais popular dos narradores de futebol no Rio, também inspirava outros colegas de profissão – o Carlos Borges e o Batista Júnior (*) respectivamente na Manchete e Bandeirantes.
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RIO, SÃO PAULO-RIO
Ao fim de uma temporada em estações da Pauliceia, Paulo Roberto Braga estava ausente do rádio desde 2003. Passara pela Tupi, quando Doalcei pontificava e, também pela Nacional, onde brilhavam José Cabral (igual timbre de voz ao dele), Januário de Oliveira e Júlio César Santana. Seu ingresso na Bandeirantes ocorrera na vaga de Wellington Campos, que fora para a Mundial.

A Bandeirantes trocava o comando do esporte no início de agosto. Edilson Silva, que vinha atuando como principal narrador assumia a função. Antes, a responsabilidade pelo grupo era do Luiz Carlos Silva, que decidira afastar-se dos microfones. Uma das primeiras medidas do novo comandante foi reestruturar a equipe. No seu encontro com o público, Paulo Roberto, promovido a estrela adotou, inclusive, o slogan que o Doalcei usava – ‘o mais vibrante do Brasil’. Com o aval do Denis Menezes, velho companheiro deles.

(*) Batista Júnior e um grupo de cinco profissionais foram dispensados tão logo se efetivou a transferência do líder.
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ANTIGUIDADE É POSTO
Depois que os medalhões Luiz Mendes e Washington Rodrigues, o Apolinho passaram a dizer ‘é verdade’, sempre que solicitados pelo narrador das partidas, nas suas emissoras e nas concorrentes, comentaristas e repórteres não faziam outra coisa. A participação deles virou código, o vocabulário encolheu, deixando-os parecer meros robôs. Houve um tempo em que ‘é isso aí’ era voz corrente. Utilizavam-na para abrir e fechar matéria, como o ‘valeu’ dos últimos anos, inegavelmente a ‘muleta’ mais duradoura.

Também o tempo do jogo igualou-se em todos os prefixos. Raro o locutor que não se espelha no de maior audiência. O rádio esportivo clama por novos valores, não carbonos. No momento em que digitamos esse texto alguns nomes estavam despontando, além do Daniel Pereira, cujo ‘defeito’ ficou assinalado no começo – imitar o Garotinho. No Sistema Globo, via CBN, destacava-se Leandro Lacerda; na Tupi, Odilon Júnior (ambos pouco utilizados); e, na Brasil, da LBV – Legião da Boa Vontade, o Maurício Moreira.
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M E M Ó R I A
Pioneiro do rádio, do marketing e da publicidade, Ademar Casé (1902-1993) acabou esquecido. Era um péssimo marketeiro de si mesmo, segundo um filme de Estevão Ciavata, lançado em janeiro de 2010. Idealizador e produtor do Programa Casé, na Rádio Phillips, Ademar nascera em Belo Jardim, Pernambuco. A rádio em que grandes nomes do passado atuaram, continuou sendo palco de artistas de lá, pois, em sua freqüência surgira a Nacional.
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Nas Ondas
/o Filosofia do meu pirão primeiro.

A. ‘Está todo mundo mudando.Todo mundo gostando’. (Raphael de França, na quinta, 28, apresentador e diretor de programação da 94).

B. ‘Estamos virando a audiência no esporte no Rio’.(Edilson Silva, titular da BandNews, na transmissão do Flamengo na Libertadores).

C. Nunca ouvimos, ao longo dos anos como amante do rádio, o Garotinho ou Canázio,vangloriarem-se das estações em que têm atuado.

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