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sábado, 30 de janeiro de 2021

 Nas Ondas do Rádio

REMINISCÊNCIAS (Parte II, 4)

Havia, paralelo a isso que relatamos na postagem anterior, os seriados de aventura. O Anjo, interpretado por Álvaro Aguiar, um exemplo na mesma Nacional, com capítulos de 10 minutos. Companheiro do personagem/titulo, o Metralha vivido por Osvaldo Elias, que ainda se caracterizava como o zangado Doutor Infezulino da Família Firim-Fimfim dentro do Programa Luiz Vassalo. (Além desse quadro, faziam parte da atração, Quando os Ponteiros se Encontram, com Francisco Alves, ‘O Rei da Voz’, depois com Orlando Silva, ‘O Cantor das Multidões’, A Hora do Pato (de calouros) e Coisas do Arco da Velha, humorístico estrelado por Floriano Faissal, Ema Dávila, Nilza Magrassi e Norma Geraldy.)

Seriado que também marcou época foi Jerônimo, o Herói do Sertão, de Moisés Weltman, encarnado por Milton Rangel, coadjuvado por Cauê Filho (Moleque Saci) e Dulce Martins (Aninha) a noiva eterna do herói. Também na emissora famosa O Sombra, modelo americano importado dos Estados Unidos e que permaneceria longa temporada no ar. O intérprete era Saint-Clair Lopes e, em São Paulo, o similar na Record, por conta de Otávio Gabus Mendes. O seriado mereceria ainda atenção de Almirante (‘a maior patente do rádio’). Seu investimento: Incrível, Fantástico, Extraordinário baseado em cartas de ouvintes que relatavam experiências com o sobrenatural. Lançado na Rádio Clube do Brasil, seria mais tarde apresentado pela Nacional e, depois Tupi.

 

 CALOUROS E BAIXAS

Tão importante quanto o Calouros em Desfile de Ary Barroso, foram A Hora do Pato, com Jorge Curi e Papel Carbono, de Renato Murce – aquele durante 16 anos com o mesmo apresentador, outro nome revelado pelo mineiro Ary, que igualmente ao seu descobridor se tornaria locutor esportivo. Curi ganhara o comando de A Hora do Pato por não querer trabalhar no Serviço Brasileiro da BBC de Londres, pois era noivo, e estava de casamento marcado. Aurélio de Andrade, a quem a emissora destinava a representação, seguiria no lugar do companheiro.

Produtor e apresentador de Papel Carbono, Renato Murce não gostava da expressão ‘calouros’, e classificava de ‘gente nova’ os candidatos a seu programa. Nele só se apresentavam pessoas com reais pendores artísticos, submetidas a rigorosos testes. No Papel... então na Rádio Clube do Brasil revelaram-se Luiz Gonzaga, naquele tempo apenas sanfoneiro, e o humorista José Vasconcelos.

O rádio sofrera nos anos 60 enormes baixas. A magia da televisão conquistara o grande público, atraindo os mais expressivos nomes do veículo e, com isso, os melhores anunciantes. A situação política com seus percalços proporcionava a implantação de uma censura violenta, resultando proibições diversas.

 

SINTONIA EM FM

Na década de 70 o rádio ganharia um forte concorrente – o FM, sinônimo de som puro e estéreo. O avanço tecnológico, porém, se daria aos poucos. Segundo Fernando Veiga, diretor-superintendente do Sistema de Rádio Jornal do Brasil até meados de 1990, a modalidade viria a suprir uma lacuna nas transmissões em AM. O desenvolvimento do FM, explicaria ele, começara na América e, no início, era visto com uma absoluta indiferença pelo empresariado.

Segundo ainda Fernando Veiga, a implantação da Cidade FM fora revolucionária, pois, ela descortinava o caminho do comunicador e das paradas de sucesso, com o modelo de falar pouco. O rádio passaria a ser feito por profissionais jovens, que se dedicavam inteiramente a essa faixa de público. A primeira emissora de FM no Brasil foi a Imprensa, no Rio, que adotava no final dos anos 60, o processo de música ambiente, sem a participação de locutor. No princípio, alguns chamavam o negócio de ‘música de elevador’, ou ‘música de consultório’, um serviço oferecido aos condomínios por meio de assinaturas.

O FM da Jornal do Brasil surgiria em 1970, o da Globo em 1972 e, depois o da Tupi. Registrar-se-iam daí uma sucessão de emissoras dentro da modalidade. À Globo coubera o pioneirismo em estereofônico. Com o advento da Cidade, do Sistema JB, uma grande guinada no segmento. Isso aconteceria em 1977, quando a emissora revolucionaria o meio com sua linguagem coloquial, base do slogan {Fazendo Escola em FM} criado por Eládio Sandoval, da equipe onde sobressaíam Fernando Mansur, Ivan Romero, Cléver Pereira, Romilson Luís.

Também nos anos 70 apareceriam em São Paulo as novidades em FM. A primeira fora a Bandeirantes, mantendo uma programação voltada para os temas nacionais e internacionais não explorando somente o sucesso. De acordo com Otávio Ceschi Júnior, produtor e comunicador, até de programas sertanejos se cogitava. Uma antevisão do que a 105 viria a fazer em 1991, o que lhe serviria para desbancar os nove anos de liderança da 98, que antes se chamava Eldo Pop.

 

FORMAÇÃO DE REDE

Da experiência inaugural de Edgard Roquette Pinto no distante 1922 aos dias posteriores, a utilização do satélite pelo FM possibilitando a formação de rede. Assim, ficaria superado de longe o limite teórico dos 100 quilômetros quadrados até então estabelecidos.

Com os novos recursos, a Transamérica saía na dianteira. Destinava em horários prefixados as co-irmãs de São Paulo, Brasília, Recife, Salvador e Curitiba e mais de 30 emissoras espalhadas por diversos estados brasileiros. A audiência nesse novo sistema, era estimada em oito milhões de ouvintes, enquanto anteriormente, nos horários de maior pique, a Transamérica-Rio, por exemplo, alcançava em média 70 mil ouvintes por minuto. Depois dela, a Cidade, no Rio, Bandeirantes e Metropolitana, em São Paulo, aderiam à inovação.

 

O ESTÉREO NA FÉ

Privatizada no governo Sarney, a Nacional FM virava RPC. Pouco depois, ela ressurgia em outro prefixo, na faixa dos 93,3 Mhz – uma das FMs coordenadas por José Messias, também responsável pela implantação da Melodia, nascida em Petrópolis (mais tarde emissora religiosa com estúdios na Vila da Penha) e, pela Serra e Mar, em Saquarema. Em abril de 1992, então com uma programação 60 por cento voltada para a música sertaneja, a nova Nacional partia em busca de um público segmentado, de qualidade.

A ideia era deixar a linha do popularesco, pois, sua direção apostava num projeto mais elevado e, para tanto, contratava prestigiosos profissionais. O plano, porém, morreria no nascedouro, não saindo do papel. Um deputado (também pastor protestante) tornara-se detentor da concessão, surgindo assim a El Shaddai, mais uma FM religiosa, entre as primeiras a invadir o segmento.

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Ondulantes.Com

CBN Esportes, no ar desde a fundação da emissora, e transmitido de São Paulo em rede das 9h ao meio-dia, tem novo titular – Vinícius Moura. Ele desbancou Carlos Eduardo Éboli, o seu mais longevo apresentador. /o Primeiro com Alex de Oliveira, depois Ricardo Teles os apresentadores do Redação Paradiso, nas férias de Sérrgio Gianotti na SulAmérica Seguro Paradiso FM. /o A Turma do Rádio, na Roquette Pinto (94 FM) entrou em fase de reprises. O programa deste sábado (30) foi o mesmo da semana passada,  tendo se registrado precedentes.  Francisco Barbosa pode explicar isso?

 

 

 

 

 

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